209 Simplesmente Amor

Fluxo da existência
Em existência após existências luzes
pequenos gestos em seus detalhes
Nos pormenores a imprecisão da vida
tudo incluso ao que há de ser sentido
Do momento em que se vê por inteiro
e naturalmente humano se questiona
Lírios que vejo naquele amplo olhar
restou assim o solitário injusto amar

Sei que ter o amor como essência
Ao que vejo sempre nos belos olhos
Uma certeza sempre me aproxima
Desse sentir ora em pensamentos
As palavras me fogem em carência
De um modo que a sinto à distância
Em momentos que o existir não deveria
Sei o que disse e não lhe é confortável

De modo que peço a ela desculpas
Em mim esse tal sentimento invadiu
Sei que é indesejado às claras
Como disso poderia ter incômodos
Uma situação assim me surgiu
Leio no seu olhar o pleno desafeto 
Para enfim ter clareza no que sinto
As coisas são o que são e somente

Temia por mostrar esse meu sentir
E assim me sinto culpado por amar
Ao que não poderia ser egocêntrico 
Mas que surge inexplicável e exato
Oro para ter sabedoria suficiente

Para agir sem lhe causar incômodos
Para entender e compreender
Para superar a origem dos incômodos 
e contribuir para resolver ao silenciar

Desses sentimentos solitários
não desejados e inconvenientes
peço que aceite as minhas desculpas
entenda que foi involuntário