Arte 310 Transformações

Aquarela em papel 180 g 21x29. Julio Silva, 2023.
Experiência fluida em colorir o céu em nuances de azul preservando o branco, com pouca pigmentação.
A fênix não é o destaque, mas a inclui no projeto… Nada mais simbólico para representar transformações.
Uma flor, por si só, é também um exemplo. No seu botão, as sementes para novas gerações...

500 Finalizando

Que as palavras de carinho e atenção
oferecidas aqui em público
cheguem ao menos até o amanhã

Os sentimentos pelas palavras fluíram
Vale secos e tristes em poesia caminhando
Lindos olhares que me deixaram confuso

Enfim o poeta pode aqui precisar
De algumas reflexões para demonstrar
O doce o fel o agridoce do amor
Assim finaliza essa obra
Agora sem muito calor
Mas acima de tudo
Humana
❤️

499 Luminosidade

Se a vida leva tempo para nos construir
ao passar dos dias o que se vê é o ruir
O que vai por sanidade ao amor definir
ainda estará em longo esperar no porvir

Pelas regras a viver e limites a observar
nada se faz a favor do seu próprio amar
Pelo tempo passará a si mesmo a buscar
caminha iludido pelas pessoas se torturar

Ao fim terá lhe sobrado apenas a solidão
desta realidade da qual ninguém se importa
Assim são os fatos dessa poesia sem coração
apenas para registrar o passamento da lida

Em separado segue só o moribundo poeta
a finalizar rimas e se perceber sem refrão
para combinar e ainda mais se desajustar
Na capacidade da sua pura luminosidade 

498 O Amor

O que segue a cada dia ao respirar
seja por questões simples da volição
ou apenas pelos caprichos do olhar
Fato é que desperta alguma emoção

Deter os pensamentos é impossibilidade
seguem em direção àquele rosto amado
Banir as emoções e lá deixar no passado
pelas razões e ações de insensibilidade

Em todas as vezes em que nos perdemos
temos certeza de que é para sempre
Mas o universo em ciclos nos devolve
para mais uma vez nos afastarmos
Talvez seja para nos aprimorarmos

Sujeitos às nossas vontades
e refém das incompletudes

Eis 
Feliciana 2. Aquarela em papel 300g 21x29. Julio Silva, 2023

497 Curvas

Por vezes eu ainda lembro da “falecida”
e vejo em percepção os seus múltiplos
Naqueles olhares e tons daquela boca
dos dias em que lá estavam sorrisos

A ver bem adequando vontades e fatos
sei da necessidade de dizer em epitáfio
Vai para deixar sempre em cova funda
sentidos de emoções e risos de outrora

Contudo, restaram em memória as curvas...

496 Desencontros

Passam um pelo outro em indefinições
opostos seguem suas tarefas e direções
Apenas em eventual cordialidade a procurar
dizem-se "Olá!" e "Oi! Como vai?" a andar
Estão pelos atos de civilidade mínimos
a viver pelos dias nesses desencontros

Nem seria um "Olá!"
pela alegria de rever
Tampouco "Oi, como vai?"
para responder

Pois nenhum dos dois se importa...
No mais é validado o desejo recíproco
"Nós dois juntos não dá certo!"
e assim seguem longe um do outro
E quem se importa?
Nenhum dos dois...

495 Teus olhares

Saudade que me bate à porta
não atendo a esse anseio
Permito-me apenas à soleira
para ir e vir a descrever 
em imagens e palavras
o silêncio

Não tenho mais nenhum contato
restam-me na memória
as vozes e olhares
Por aí e pela vida restou recanto
do amor gravado
naquelas tuas cores
e momentos em verde-castanho

Selvagem. Acrilíca em tela 40x50. Julio Silva, 2021.