052 Talvez... Adeus!

Estava escuro e nos escutávamos
Silenciamos nossos medos
Juntos fomos até a luz do amor
para nos encorajarmos
Enquanto lado a lado
nos aquecemos em nossos sonhos.
Se estivéssemos juntos
riria ou até choraria de alegria

Acredito num "talvez"
o de não mais nos encontrarmos
Segue-se sensação de impotência
em face do inevitável
Recordo-me de suas vozes
o quão exatas foram elas

A entonação talvez denotou
o que a voz ríspida escondeu
Sinto o cálido toque das suas mãos
em aflitiva saudade
Onde me deixou entristeci
Em “adeus” é o seu som

Faço de cada segundo longe 
em teimosia uma tortura
Novamente falo em solidão
para não chorar de saudade.

A vida seguindo seu curso
natural ambiente adverso e hostil
Nele caminho percebendo a falta
de alguém em minha vida

Não seria nada de esplêndido
se não fosse esse sentimento
Ela seria uma pessoa comum
mas não a vejo assim

Atitudes corriqueiras
fatos talvez rotineiros
valor maior
Ela surge natural e para mim
ainda é de alguém especial

Em meio a alucinações irei
"talvez” encontrar novos sonhos
Por tal simples “adeus”
não há o que justifique
novos encontros.