109 Resiliência

O martelo com força sobre a borracha
continuamente ela vai se esforçar
para ao seu estado original voltar
Mas aos poucos vai se transformando
e o seu corpo amassado se despedaçando
em massacre acaba por ser destruída

E lá no fundo das almas as asperezas
deixam marcas tristes e profundas
quando mazelas lhe foram entregues
Resta saber se iremos dela acolher
afinal somos os agentes do sofrer
Decidir descartar o que se recebe
faz sua a casa do próprio coração

As marteladas cruéis não machucarão
se em resiliência seguir e descartar
deixando sem qualquer importância
Somos agentes dos piores medos
mas escudeiros da útil coragem
na ação do saber deixar que se vá