Cr 035 - Amor à Vida

Crônica

A Arte está em tudo, quando apreciamos a vida com amor...

Amamos a vida não porque estamos acostumados à vida, mas a amar. Há sempre alguma loucura no amor, mas há sempre também alguma razão na loucura.

Friedrich Nietzsche

Foto de Julio Silva ao fim de tarde em Peruíbe com ave voando diante do Sol

Foi atravessar a rua, clicar essa paisagem e voltar, à saída do trabalho, enquanto os colegas trocavam uma frase e outra.

Mostrei para alguns e surpreenderam-se, pois tudo que viam era a neblina se formar diante deles, ao final da tarde.

Sim, ela era mais perceptível. Mas mesmo com névoa chegando, temperatura caindo e afazeres ainda a completar pelo dia e começo da noite de trabalho, foi possível olhar algo e registrar, preservar em foto àquela imagem.

O amor é também o olhar que temos ao que está diante de nós e dele o amor é feito. Uma relação umbilical.

Amor ainda é construir uma abordagem estética nas ações cotidianas, preservando o que de belo se vê,  ainda que apenas em memória.

A estética da boa convivência requer o diálogo respeitoso, apurando a capacidade de ouvir. De maneira que por ele flui a Arte, quando o ser humano está em primeiro lugar, e o olhar a partir da condição humana que há em comum com o outro.

Cargos, empregos e ambientes de trabalho, pessoas com as quais convivemos... tudo é parte da transitoriedade da existência humana. Contudo, o sentir registra no subconsciente marcas profundas que aproximam ou afastam.

Quanto mais próximos da nossa própria condição humana, limitante por definição, com mais facilidade se constrói laços efusivos de humanidade, condição básica para o diálogo.

Envolver as pessoas de modo a compreender e não apenas entendê-las, em suas características, permite o aprimoramento do olhar e viabiliza o exercício do belo, bom, útil e verdadeiro na convivência.

Somados, Amor e Arte, são causas e consequências mútuas. Agir em direção às melhorias nas relações pessoais, solucionando conflitos, requer a arte do respeitoso e honesto diálogo.