099 Despedida

Despeço-me de mim mesmo,
daquele sujeito de agora há pouco
do pensamento que já se foi
do sentimento que lá ficará
Reinventar-me a cada segundo
Escolher o que devo levar
com barragens às afetividades

Quanto menos carrego comigo
o sentir do segundo que se foi
menos bagagens e suave a viagem
e mais atento fica o meu olhar
às belezas das paisagens
neste meu caminhar

Há flores em campos floridos
E eu estava desatento
Há cachoeiras e ternos remansos
Tem aquelas montanhas
abrigando milhares de vidas
Qüão lindo é o cenário
tanto quanto mudo meu olhar

Há um tipo específico de despedida
a que ocorre em si mesmo
no coração de cada ser humano
é difícil pois mantemos apegos
àquelas situações muito intensas
mas nos abandonar é necessário

Ver cada dia com um novo olhar
se permitir aos desafios e avançar
a despeito de qualquer circunstância!

Reconstruir a si mesmo,
mais e mais, a cada dia...
Hoje é um novo dia
e o Sol está lá fora
ou a "chuva chovendo"
e acima dela o Sol

E seguimos a nos reconstruir,
desde que nossos desejos
sigam nessa direção.